As recentes medidas do governo Trump — que envolvem tarifas de até 50% sobre produtos importados do Brasil — estão repercutindo de forma negativa nas indústrias do Vale do Paraíba. Exportadores locais, especialmente nos setores agrícola e de tecnologia, devem sentir o impacto diretamente.
O gestor de investimentos da WFlow, Guilherme Viveiros, destaca que as ações de Trump são “ambíguas”:
“Ao mesmo tempo em que sinaliza uma redução da taxa de juros do FED, impõe tarifas aos produtos importados, gerando uma elevação na inflação. E inflação em nível elevado exige também uma taxa de juro elevada para que produza uma redução no efeito inflacionário do país”, analisou Guilherme.
Setores mais afetados
O especialista aponta que o setor agroexportador — com celulose, suco de frutas e café — está entre os primeiros a sentir a pressão.
Além disso, indústrias locais de aeronaves e equipamentos elétricos também estão vulneráveis ao impacto dessas tarifas.
Pequenas e médias em risco
Segundo Viveiros, as PMEs da região são as mais fragilizadas:
“As pequenas e médias empresas são as mais impactadas por essa decisão, porque estas empresas não possuem uma grande quantidade de mercados desenvolvidos para redirecionar a sua venda de produtos, não conseguindo repassar para os seus compradores situados nos Estados Unidos, um aumento de 50% em seu preço. Diferentemente das grandes indústrias que conseguem redirecionar a sua produção para outros países e minimizar os prejuízos dessa diminuição de demanda repentina. Levando a paralização total destas empresas.”
Impacto no consumidor e no emprego
No que diz respeito ao consumidor, Viveiros destaca:
“Haverá uma leve redução no preço de produtos que eram exportados para os Estados Unidos, mas o impacto mais negativo será nos empregos. Indústrias que pararem suas operações poderão demitir funcionários.”
Recomendações para as empresas
O gestor recomenda, principalmente, diversificar a base de compradores:
“Um dos principais riscos dessas empresas é a concentração de clientes em um único país. Agora vemos a concretização desse risco. Elas já estão buscando novos compradores e alternativas políticas para minimizar o impacto.”
Sugestão de apoio público
Viveiros acredita que prefeitura e governos estaduais devem agir com rapidez:
“É hora de união entre empresas e governo para medidas como isenção ou postergação de impostos, linhas de crédito emergenciais e abertura de novos mercados compradores.”
Foto: Instagram Donald Trump










